sábado, 27 de abril de 2013

Desenvolvimento e Alimentação no Primeiro Ano de Vida


Sempre recebo informações atualizadas sobre o desenvolvimento infantil associados à idade da minha filha de sites e portais onde me cadastrei. Entrei em grupos de educação e alimentação infantil e tento receber o máximo de conselhos pertinentes, das pessoas que têm filhoS crescidinhos (a gente precisa certificar-se dos resultados, não é mesmo?! rs) e que passaram pelas mesmas situações que eu passo com a minha pequena.
Tenho visto muitas recém mamães reclamando de informações desencontradas, que contradizem as instruções pediatricas, situações inusitadas, conselhos descabidos de pessoas leigas e que às vezes beiram a inconveniência. Acreditem, isso acontece com TODAS as mães que conheço. Na dúvida, apegue-se a ensinamentos confiáveis. 


Fui abençoada com a equipe que montei! Por conta de um refluxo grave, seguido de intolerância alimentar, minha filha passou por alguns pediatras (confio extremamente em dois - um deles participou do livro abaixo e eu nem sabia!), uma nutricionista materno infantil, uma otorrinolaringologista e até uma neuropediatra, além de duas enfermeiras que fazem parte de nossas vidas e minha mãe que, além de técnica em enfermagem é responsável pela educação alimentar de nossa família (e ninguém veste mais que o tamanho M, até hoje! hehehe).

Então, resolvi compartilhar com vocês algumas partes de um livro fantástico (que peguei emprestado a algum tempo, mas vou demorar mais um tantão de tempo pra devolver! rsrs) que chama-se Crescendo Com Saúde - Guia de Nutrição Infantil 2 de Maria Luiza de Brito Ctenas com o apoio científico da Sociedade Brasileira de Pediatria e recomendações coletadas entre 840 pediatras brasileiros. Muitas de suas dicas e orientações se alastraram e outras são quase desconhecidas e nem por isso menos importantes. Vale muito à pena conferir!

Abaixo segue a transcrição de dois trechos que referem-se ao primeiro ano de vida:

Desenvolvimento e alimentação no primeiro ano de vida

  • 0 a 4 meses

- Desenvolvimento:
Reflexo de procura do seio e de sucção.
Imaturidade dos lábios.
Capacidade gástrica limitada.
Capacidade de concentração e excreção renal limitada.
Dificuldade de sustentação do tronco e da cabeça.
Coordenação motora limitada.

- Capacidades associadas à alimentação:
Os reflexos são guiados para a criança mamar o leite na mãe e sobreviver.
Naturalmente rejeitam alimentos sólidos ou semi-sólidos.
O aparelho digestivo e o desenvolvimento motor estão prontos para receber somente alimentos líquidos.

 

- Alimentos a introduzir:
Leite materno ou excepcionalmente fórmulas infantis (com orientação médica).
  • 5 a 6 meses

- Desenvolvimento:
Movimentos voluntários e independentes da língua e dos lábios.
Movimentação de alimentos para a parte lateral da boca, pela ação da língua.
Aumenta a capacidade digestiva pelo incremento das enzimas e dos ácidos biliares.
Melhora a capacidade do funcionamento renal.
Refinamento da coordenação motora em relação ao controle neuromuscular da cabeça e do pescoço.
Aparecimento da capacidade de pegar objetos.
Exploração do mundo com os olhos e com a boca.

- Capacidades associadas à alimentação:
Aparece a capacidade de deglutição de alimentos semi-sólidos.
Inicia o controle da ingestão de alimentos.
Melhora a aceitação dos alimentos semi-sólidos, mas a criança ainda projeta a língua, quando a colher é retirada da boca.


- Alimentos a introduzir:
Para crianças sob aleitamento artificial: papa salgada de cereal,  de preferência, enriquecida com ferro.
  • 7 a 12 meses


- Desenvolvimento:
As funções digestivas e excretoras se desenvolvem ainda mais.
Começam a aparecer os primeiros dentes.
Melhoram os movimentos da mastigação.
A língua é lateralizada aos 8 meses e faz movimentos rotatórios aos 12 meses.
Mantém-se sentado aos 6 meses e senta-se sem apoio aos 9 meses.
Pega objetos e transfere de uma mão para outra.
Melhora a coordenação motora fina.
Explora tudo com atenção.

- Capacidades associadas à alimentação:
Está preparada para aceitar alimentos semi-sólidos, demonstrada pela retração da língua e fechamento dos lábios ao ser retirada a colher.
Aos 8 meses lambe a colher e tenta pegar alimentos e levar à boca.
Aos 10 meses começa a manipular os talheres.
Interessa-se pela textura e pela cor dos alimentos.



- Alimentos a introduzir:
Aos 6 meses: papa de fruta à tarde.
Dos 6 aos 8 meses: papa salgada na hora do almoço.
Aos 10 meses: papa salgada no jantar.
Aos 12 meses: pão ou biscoito pela manhã e no lanche da tarde. Refeição da família com textura modificada no almoço e no jantar.

 Seis dicas preciosas sobre a alimentação do bebê (até 12 meses!)

  • O bebê não é um adulto pequeno

No início da vida, e em particular, no primeiro ano de vida, a criança tem necessidades nutricionais diferentes dos adultos, pois está em um processo de crescimento e maturação fisiológica acelerados. Compreender as diferenças de necessidades nutricionais entre bebês e adultos é fundamental para poder escolher os alimentos da criança, bem como apoiá-la no desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis. 

  •  Cuidado para não alimentar muito nem pouco o bebê 

Os pais devem aprender a entender os sinais que o bebê manifesta com relação ao seu apetite, desde os primeiros dias de vida. Ele deve mamar em horários de sua livre escolha e a mãe saberá que ele está se alimentando bem, se observar fatos simples, como “molhar” mais de 6 fraldas ao dia, mamar de 8 a 12 vezes nas 24 horas. Na alimentação de transição é importante oferecer alimentos variados, um a um, para que a criança vá conhecendo os sabores. Não forçar a ingestão e insistir moderadamente em caso de recusa de algum alimento, prestando atenção às suas preferências, são ações-chave para hábitos saudáveis. 

  •    A gordura é útil nos primeiros anos de vida 

Acreditamos, e com razão, que uma alimentação para adultos pobre em gordura (saturada) e em colesterol reduz o risco de obesidade e de arteriosclerose. No entanto, os bebês precisam de gordura mais do que os adultos. Trata-se de uma fonte importante de energia, absolutamente indispensável, numa fase em que ocorre um crescimento muito rápido. A gordura do leite materno é a ideal, por sua composição nutricional, sua fácil digestão e por suprir as necessidades fisiológicas da criança. 
Uma restrição de ingestão de gorduras para crianças abaixo dos 2 anos, em particular se for exagerada, não é apropriada, ao contrário, é até mesmo prejudicial. 


  •  Fibras, mas sem exagero 

As fibras são necessárias na alimentação, pois ajudam a regular o funcionamento do intestino e o nível de gorduras no sangue. No entanto, ingeridas em exagero, podem afetar de forma negativa o balanço dos minerais, por aumentar sua excreção pelas fezes. A Academia Americana de Pediatria recomenda a ingestão de 0,5g de fibras por quilo de peso por dia. As frutas, vegetais, grãos e cereais são importantes fontes de fibras. 

  •    Sal e açúcar com moderação

Do ponto de vista nutricional, não existe nada intrinsecamente errado com o sal ou com o açúcar. No entanto, por terem sabores característicos agradáveis, levam com facilidade a uma alimentação muito calórica, no caso do açúcar, propiciando a obesidade, ou a dietas excessivamente ricas em sódio, no caso do sal, potencializando distúrbios cardiovasculares. Por essas razões, é atitude prudente usá-los com moderação na alimentação desde o primeiro ano de vida.


  •  Ferro e cálcio para um crescimento saudável

A boa nutrição é feita de equilíbrio entre os nutrientes. No entanto, dois minerais desempenham um papel mais critico no delicado balanceamento nutricional: ferro e cálcio.
Durante os 6 primeiros meses de vida, em crianças não prematuras e/ou de baixo peso, o leite materno supre as necessidades de minerais. Depois, as necessidades de ferro ultrapassam as quantidades oferecidas pelo leite materno. Assim, a introdução de outros alimentos é necessária para a complementação do ferro e dos demais nutrientes. Um outro aspecto interessante é buscar combinações de alimentos que facilitem a absorção do ferro. Assim, se a oferta de cereais enriquecidos com ferro for feita com frutas ou sucos, ricos em vitaminas C, propicia melhor absorção do ferro. Da mesma forma, a absorção do ferro pode ser inibida, por exemplo, pelo chá, em especial o preto, por causa de uma substância chamada tanato nele contida.
Qualquer derivado do leite é uma boa fonte de cálcio e sua absorção é favorecida pela vitamina D e por alguns açucares, entre os quais lactose (açúcar do leite). As fibras, por outro lado, podem prejudicar a absorção de cálcio.


 O livro também sugere receitinhas para papas e alimentações futuras. Induz ao uso adequado dos alimentos conforme a faixa etária, a região, variação cultural e renda das famílias e é dividido em partes que se adequam a cada fase alimentar dos filhotes! Legal, né?!

Conscientize-se! Pediatras, passam por 6 (ou mais!) anos de faculdade, especializações, atualizações e incontáveis pacientes. Será que são incapazes de oferecer atendimento adequado ao seu filho? Ou será que você não está pesquisando nas fontes erradas ou sendo influenciado por blogs e sites sem nenhum embasamento teórico-científico? Antes de aceitar opiniões de terceiros, verifique a veracidade e fonte das informações. Se não confia no pediatra do seu filho, recorra a outros até acertar! 






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